terça-feira, 24 de janeiro de 2012

cenas do proximo capitulo!

A luz se ascende, as cortinas se abrem e a luz forte do palco me cega.

A platéia se apresenta estática e impaciente, pois o espetáculo da vida esta atrasado...
Começo a encenar, a viver um personagem que não sou eu. Pele, olhos, boca e mente se fundem e fica cada vez mais difícil distinguir quem e quem nesta apresentação.

As emoções brotam em meu peito como capim após a chuva, e eu como um tolo tento arrancar elas pela raiz, em vão desespero...

As lagrimas, rostos, risos e falas se misturam nesta tragédia cômica da minha vida e tudo roda como um carrossel desgovernado, e em algum momento eu tento parar e pensar, mas fica cada vez mais difícil com tanta coisa acontecendo, e a platéia ávida por novas cenas, novas estórias, novos erros e furos deste espetáculo imperfeito e cheio de emoções.

Então em determinado momento desta apresentação, eu enfio a mão no peito e arranco o coração e entrego nas mãos curiosas de um expectador. E nunca achei que alguém fosse capaz de segurar ele e esta pessoa enlaça seus braços ao meu corpo e então eu me sinto em casa.

Este espectador, louco, não tem olhos... E eu peço pra que ele enxergue através do meu muro, e peço que ele me segure pois vou cair! O palco esta de cabeça pra baixo e eu não sei por que, nem acho um motivo pra isso, mas se eu continuar sangrando assim está tudo bem.

Eu tento em vão, enxergar uma razão pra isso tudo, um sentimento qualquer que eu não tenha arrancado pela raiz e não encontro. Sou arremessado contra o chão, e não consigo andar mais. O publico espera afoito por um desfecho, e eu terei de continuar o espetáculo assim, meio vivo e meio morto.

Em fim, tudo termina assim, inacabado, com coisas meio vividas, espetáculos meio apresentados, encenações mal feitas e continuarei assim, andando de palco em palco, de vida em vida, guardando corações em meu baú e colocando como fecho o meu juízo.

As luzes se apagam, as cortinas se cerram, meus olhos cansados de lagrimas e risos se fecham e os ouvidos se ensurdecem com os aplausos finais. Eu coloco a cabeça para fora das cortinas discretamente e vejo o publico falar... Uns a elogiar, outros a reclamar, uns a praguejar e outros a desejar mais! Sendo assim, me dou por satisfeito e me recolho ao meu camarim do meu ser e penso: vale a pena encenar de novo esta vida?



No mais, nem nada mais... E como diria a Luiza do Canada: BOA NOITE, E ATEH AMANHA, eheheheheh!