Volta... Volver, revolver, mexer, decompor e talvez recompor.
Como diria a Núbia Lafayette:
"Se quiser fumar eu fumo
Se quiser beber eu bebo
Não interessa a ninguém
Se o meu passado foi lama
Hoje quem me difama
Viveu na lama também
Comendo da minha comida
Bebendo a mesma bebida
Respirando o mesmo ar
E hoje, por ciúme
Ou por despeito
Acha-se com o direito
De querer me humilhar
Quem és tu?
Quem foste tu?
Não és nada
Se na vida fui errada
Tu foste errado também
Não compreendeste o sacríficio
Sorriste do meu suplício
Me trocando por alguém
Se eu errei
Se pequei
Pouco importa
Se aos teus olhos estou morta
Pra mim morreste também"
Ao viver como moinho, como um arado, remoendo e revirando tudo, sempre, apenas demonstra aquilo que és. Faces de uma bondade inexistente, maldade não aparente ou para variar, uma máscara a mais?
A palavra desculpa, no sentido da língua portuguesa, designa um apelo direcionado a algo ou alguém, quando há presença de culpa e este apelo pede o perdão do sujeito.
No sentido figurado, a palavra desculpa designa uma farsa real ou de ficção cuja pessoa diz ao sujeito para justificar sua ausência de culpa.
Nas palavras descontrolar ou desfigurar, o acréscimo do des revela a contrariedade do sentido original da palavra. E revela a mesma na palavra desculpa, quando que se retirarmos o acréscimo des, contrariaremos o sentido da palavra culpa, que é a ausência de culpa.
Tim Maia falava:
"Venho lhe dizer se algo andou errado
Eu fui o culpado, rogo o seu perdão
Venho lhe seguir, lhe pedir desculpas
Foi por minha culpa a separação"
Então de quem seria a culpa, já que o perdão sempre me é imposto. Sim, IMPOSTO! Consciência da culpa? Esta inexiste. Compromisso? A cada debate sempre muda. E como diria o Romer Simpson: Se a culpa é minha, ponho em quem eu quero.
Certa vez ouvi: Apontamos o dedo e esquecemos que temos mais três apontando de volta! Bom, creio que neste caso, inexistem dedos de retorno, já que não existe culpa, não existe perdão, memória ou algo assim. Apenas exite a cobrança.
Pague! Limpe! Faça! Lave! Não fez mais que sua obrigação! Estou lhe fazendo um favor! Isto tudo é tralha, lixo, não serve para nada! Devo lhe lembrar quem é o dono?
Quem nunca ouviu estas palavras? Venho escutando-as com frequência... Porém a incoerência com que vejo serem aplicadas, me espanta!
Limpe, pois sempre viveu na sujeira. Faça, pois eu mesmo nunca fiz. Lave, porque sempre acumulo pilhas de coisas sujas. Não fez mais que sua obrigação, como reflexo a criação reprimida, oprimida e sobre tudo que sente e és, que trata de esconder. Tudo isso é tralha, porque não consegue construir, ter ou ser. Devo lhe lembrar quem é o dono? Do quê? De quem?
Enfim, coesão é uma coisa complicada. Mais fácil mesmo é volver, revolver, mexer, remexer e ser um eterno moinho, já que forças naturais inexistem, e dependo da existência e subjulgo de outro para sentir-se vivo.
Como diria a monja Ana Paula Padrão: Boa noite e até amanhã!